sábado, 13 de novembro de 2010

"Vida louca... essa que nos faz entrar em bares suspeitos, chorar de amor, espiar pelas frestas, pegar no sono em cima do balcão depois de beber de mais, rir de coisas idiotas , piadas sem graça .Na noite escura a gente sofre calado, deixa a conta pendurada, gasta o que não pode, bebe de novo quando havia prometido parar e morre – morre mesmo!- de ciúmes sem ter tido tempo de saber que éramos amados.
A vida e nossos vícios, nossas perdas, nossos encontros: quanto mais nos relacionamos com os outros, mais conhecemos a nós mesmos, e é uma boa surpresa descobrir que, afinal, gostamos de quem agente é, e quando isso acontece fica mais fácil voltar ao nosso local de origem, onde tudo começou.
A vida e a espera por um telefonema, a vida e seus blefes, e nosso cansaço, e nossos sonhos, e a rotina e as trivialidades, e tudo aquilo que parecerá sem graça se ninguém colocar um pouco de poesia no olhar. A vida e suas pessoas belas, feias, fortes, fracas, normais. Todas atrás da chave: aquela que abrirá novas portas, velhas portas, a chave que nos fará ter o controle da situação – mas queremos mesmo ter o controle da situação? Não será responsabilidade demais? Deixar a chave nas mãos do destino é uma opção.
Os sinais fecham, os sinais abrem.Eu segui adiante, eu freio. Eu atravesso a rua e paro em outro mundo, basta dar os primeiros passos. Viajo para esquecer, viajo para descobrir, e fico parado no mesmo lugar, aguardando(quando pequeno,minha mãe me ensinou que, ao me perder na multidão, não é bom ficar ziguezagueando, melhor manter-se parado no mesmo lugar, aí fica mais fácil ser encontrado). Muitos estão parados no mesmo lugar, torcendo para serem descobertos... eu estou.
A vida como uma estrada sem rumo, á vida e seu sabores compartilhados, um beijo também é compartilhar um sabor."